UniLúrio debate equidade do género em aula inaugural
A Universidade Lúrio (UniLúrio), através das Faculdades de Arquitectura e Planeamento Físico, Ciências de Saúde e UniLúrio Business School, realizou nesta terça-feira, 20 de Março, a abertura do ano lectivo, no Campus Universitário de Marrere, em Nampula.
A cerimónia marcada pela aula Inaugural, subordinada ao tema “O Papel das Jovens Mulheres na Transformação da Nossa Sociedade Colocada entre Valores Patriarcais, Conservadores e os Desafios da Globalização”, orientada pela Doutora Luísa Diogo, teve como foco discutir a componente igualdade do género em diversas vertentes, desde a família, sociedade, até a relevância do ensino.
Falando do evento, o Magnífico Reitor da UniLúrio, Prof. Doutor Francisco Noa, explicou que para convidar a Dra. Luísa Diogo, como oradora da aula inaugural, teve-se em conta a sua estatura académica, trajectória profissional, para além do facto de ser uma mulher combativa e de causas.
Francisco Noa, justificando a inserção do tema na abertura do ano lectivo, esclarece que a UniLúrio está preocupada com a questão da equidade do género para a consciencialização da sociedade, no sentido desta colocar na sua mesa de debate questões sobre a desigualdade do género.
Noa explica que “temos uma perspectiva a médio e longo prazos para reduzirmos as diferenças ainda patentes ao nível da equidade do género. Estamos a criar condições para debater assuntos ligados à mulher, na universidade e junto as comunidades”.
O Magnífico Reitor explica que um dos propósitos da UniLúrio é reduzir as diferenças que ainda são notáveis, e explica que a aula da Dra. Luísa Diogo é um pontapé de saída para criação de bases para ultrapassar as diferenças relativas a equidade do género. De referir que a UniLúrio tem no seu plano de acção a constante luta pela igualdade do género quer no seio dos seus estudantes, quer no seio dos seus funcionários e docentes.
Saudando o facto de a UniLúrio ter tomado a iniciativa de “levantar e reacender” o debate sobre a equidade do género, a Dra. Luísa Diogo, oradora da aula inaugural, frisou que o tema sobre o papel da mulher continuará seguindo a história da humanidade, sendo preciso debater o papel do homem e da mulher na formação da família, bem como no desenvolvimento da sociedade.
Luísa Diogo faz menção do facto do analfabetismo em Moçambique ter a face do homem e a face da mulher, sendo esta última (da mulher) a mais profunda. E nesta esteira de pensamento, a Ex-Primeira-Ministra explica que não basta que a mulher seja inserida no ensino, mas é preciso que seja dada oportunidades iguais para poder exercer cargos de lideranças, tomar decisões e reconhecido o seu papel de criação de mudanças nos diversos contextos sociais.
A oradora faz menção ao facto das mulheres, numa sociedade patriarcal como a nossa, estarem de certa forma submissas ao homem, visto que esta vê-se como “agente doméstica” virada a cuidar do lar, do marido e dos filhos. Neste sentido, o empoderamento da mulher é missão a ter em conta para a criação de uma sociedade mais igualitária. Ademais, Diogo explica que para além da criação de políticas afirmativas, a luta pela igualdade do género depende de certa maneira da consciencialização da mulher e do desenvolvimento de auto-estima feminina.
Como forma de atingir metas pretendidas na equidade do género na era da globalização, Luísa Diogo aponta o acesso a comunicação e informação como elementos imprescindíveis para impulsionar o conhecimento da mulher. Por outro lado, sendo a educação o caminho e o veículo principal da formação, é preciso investir nas mulheres, de maneira eficaz, para empoderá-las economicamente, para que sejam actores económicos fortes e mulheres de sucesso.
Importa referir que a aula inaugural contou com a actuação da Tuna académica da Universidade Lúrio.