Organizado pelo Centro de Desenvolvimento e Inovação (CADI), da Universidade Lúrio (UniLúrio), em parceria com a Cambridge University, no âmbito do Projecto “UniLúrio: Support to Skills Development for Agriculture and Industry Project”, financiado pelo Banco Africano de Desenvolvimento (BAD), realizou-se no dia 13 de Novembro, no Campus Universitário de Marrere, o Workshop Interconexões sobre Economia e Desenvolvimento, na perspectiva de se saber como a academia pode impactar no desenvolvimento de Moçambique.

Falando na ocasião, o Professor João Salavessa, Coordenador do Projecto UniLúrio: Support to Skills Development for Agriculture and Industry Project (SSDAIP, fez uma breve leitura sobre a gestão do projecto, financiado pelo BAD, que teve o seu início no ano passado, que está, de entre vários pontos, virado para a capacitação de quadros da universidade, podendo, de alguma forma, prestar melhores serviços a industria a agricultura no norte de Moçambique.

O Professor Salavessa explicou ainda que o projecto tem várias componentes, partindo da de infraestruturas, que vai permitir a construção de várias infraestruturas, com enfoque na construção de quinze novos laboratórios em toda a universidade.

"Estamos a organizar um Workshop, uma reunião ente Investigadores, professores, alunos e empresas, no sentido de encontrar e escortinar quais as reais necessidades de pesquisa a serem realizadas no âmbito do esforço científico da UniLúrio, para apoiar as empresas moçambicanas para poderem melhor desenvolver-se e a poderem melhor aproveitar as oportunidades que estão agora a surgir no âmbito dos grandes investimentos do petróleo e gás" - explicou.

Falando do investimento para a UniLúrio, Salavessa explicou que o valor do projecto abrange várias actividades, cobrindo bolseiros de Mestrado e doutoramento, fora de moçambique, aquisição de viaturas, para o apoio das actividades cientificas, remodelação de infraestruturas de telecomunicações e informática, entre outras actividades.

Por outro lado, o Economista Tomas Salomão reconheceu aquele evento como uma oportunidade para que os investigadores fizessem apresentações daquilo que eles pensam, ouvindo experiências de outros sobre o que se pode esperar que os estabelecimentos do ensino superior possam fazer para contribuir para o desenvolvimento do nosso pais, quer seja do ponto de vista de formulação de políticas ou investigação, sobre temas diversos e obviamente fazer chegar essas matérias a quem é de direito.

Tomás Salomão disse, sobre as interconexões, que "penso que é um bom caminho e alarga-se a capacidade e a possibilidade daqueles que podem dar contributo daquilo que pretendemos alcançar como produto final que é desenvolver Moçambique, criar mais riqueza e portanto vencer as manifestações de pobreza que nós temos".

No que se refere ao desenvolvimento económico no seu todo, Tomás Salomão explicou que o desenvolvimento não é um processo que ocorre da noite para o dia. Segundo o economista, o desenvolvimento é um processo de longo prazo, as instituições de ensino, como as universidades, têm a responsabilidade de analisar, partindo de determinados pressupostos, aquilo que é possível, o realizável, como é possível e ir contribuindo com sugestões e elementos devidamente estudados para que as coisas sejam devidamente fortes e consistentes.

"Precisamos pensar sobre como melhorar e aumentar os rendimentos na produção agrícola, como fazer com que a produção agrícola possa ser transformada do ponto de vista industrial, fazendo aumentar o valor, ao mesmo tempo que vamos investindo nas infraestruturas para facilitar a circulação de pessoas e bens e tornar moçambique mais competitivo e os custos de produção mais baixos" - advertiu, acrescentando que a necessidade de se inventar formas de como sair da situação (pobreza, por exemplo), e a forma de buscar recursos.

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